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Lamego lança petição a favor do internamento no novo hospital

A Assembleia Municipal de Lamego aprovou a realização de uma petição em defesa da criação de um serviço de internamento no novo Hospital de Proximidade de Lamego, uma reivindicação que conta com o apoio de todas as forças políticas. Em sessão extraordinária realizada a 15 de Abril último, foi pedido por unanimidade que o novo estabelecimento de saúde, que deverá ficar concluído até Novembro, seja dotado com 80 camas de internamento para doentes agudos. No final da sessão também foi decidido constituir uma comissão técnica responsável pela definição de estratégias de readaptação do modelo funcional do hospital e a recolha de assinaturas para entregar aos órgãos de soberania.

O agendamento, com carácter extraordinário, de uma sessão da Assembleia Municipal tendo como único ponto da ordem de trabalhos o futuro hospital visou dar voz, em sede institucional, às preocupações que têm chegado a esta Assembleia, não só de vastos sectores da população, mas também dos profissionais de saúde quanto à insuficiência das valências do futuro Hospital de Proximidade.
Durante a sessão, o Presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, voltou a apontar algumas fragilidades a este modelo, nomeadamente a “incapacidade de garantir uma resposta suficiente para os doentes agudos”, exigindo que o Ministério da Saúde repense o tipo de internamento, uma vez que está prevista uma unidade de cuidados continuados de convalescença com capacidade para apenas 30 camas.
E recordou que esta alteração já foi concretizada nos hospitais de Barcelos e Amarante, que
operam sob o mesmo conceito de proximidade, onde foi reforçado
o número de camas de internamento. Num encontro onde foi visível a união dos lamecenses em torno do objectivo de garantir a melhoria na prestação dos cuidados de saúde, foi notória a ausência, apesar de convidados, de representantes do Ministério da Saúde e dos serviços regionais que tutelam esta área.
Quem não faltou foram os deputados Almeida Henriques (PSD), Hélder Amaral (CDS/PP) e João Semedo (BE), para além de Manuel Rodrigues, em representação do grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República, que manifestaram a sua solidariedade com as preocupações da população do Douro Sul, área de influência do futuro estabelecimento de saúde.
Para sustentar a urgência da criação de um serviço de medicina interna para doentes agudos na cidade de Lamego, José Carrapatoso, primeiro secretário da Assembleia Municipal, apresentou alguns gráficos detalhados que demonstram a grande distância que os utentes terão de percorrer até Vila Real, local para onde serão “drenados” este tipo de doentes e sede do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Uma preocupação agravada pela inexistência de transportes públicos que garantam a ligação entre todo o Douro Sul e Vila Real e pela introdução de portagens na A24.Com um investimento estimado em cerca de 42 milhões de euros, o futuro Hospital de Proximidade de Lamego privilegiará a componente de ambulatório com o objectivo de reduzir o impacto do internamento na vida dos doentes e das suas famílias.
Após a entrada em funcionamento, está previsto que cerca de 60 mil consultas por ano serão feitas no Serviço de Urgência Básico e cerca de 6 mil doentes serão atendidos todos os anos na unidade de dia e no serviço domiciliário, naquela que será uma das grandes apostas de um hospital de proximidade.
No entanto, diversos oradores alertaram para o facto de que o actual hospital já atinge uma taxa de ocupação superior a 100 por cento nas 45 camas que dispõe e que, por esta razão, as 30 camas de convalescença previstas para o novo equipamento “não resolvem o problema de internamento dos doentes do Douro Sul”.

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