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Novo Hospital de Lamego – Uma ansiada realidade em diferentes perspectivas

À medida que o tempo passa e esta estrutura não abre, sobem de tom as críticas dos diversos sectores. População, autarcas, deputados… todos mostram a sua apreensão ainda antes do seu funcionamento efectivo, receando que ela não venha dar resposta aos anseios dos utentes. Terão razão?
Além disso, os sucessivos adiamentos da sua abertura não ajudam à dissipação da inquietação crescente de todos aqueles que começam a pensar que a sua “rica saúdinha” vai ser tratada umas dezenas de quilómetros a montante, no Hospital de Vila Real. Será assim?
Modelo implementado pelo então ministro da Saúde, Correia de Campos, parece ser hoje um filho enjeitado, nascido de longo e difícil parto, de quem ninguém parece gostar. O actual governo, porém, em funções há mais de um ano, não ata nem desata, parecendo dar cabal razão ao aforismo: ”Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. Porquê?
Ouvimos o presidente da autarquia de Lamego, Francisco Lopes, o deputado do CDS/PP, Hélder Amaral, na sequência de uma interpelação a Paulo Macedo e o presidente do conselho de administração do CHTMAD, Carlos Vaz, que nos revela uma verdade sobre este equipamento, que considera “ser o futuro e só trazer vantagens”. Mais, este gestor hospitalar com mais de 25 anos de serviço público, afirma-se um técnico, pela primeira vez nomeado pela então ministra Leonor Beleza e é enfático quando afirma: “O ambulatório será o futuro dos hospitais em Portugal!”
Perante esta diversidade de pontos de vista, o Jornal do Centro foi ouvir três partes: duas dos partidos políticos no poder: Francisco Lopes, do PSD e Hélder Amaral, deputado do CDS/PP e o presidente do conselho da administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Carlos Vaz que se afirma político mas apartidário.
Começámos com Francisco Lopes.
“Estou preocupadíssimo com a evolução do processo de construção do novo Hospital de Lamego”, afirmou o presidente da autarquia local
Questionado sobre os motivos da sua preocupação, respondeu: “São três as razões que suportam esta nossa preocupação. Em primeiro lugar, o Município de Lamego mantém todas as reservas que, desde o início do processo de definição do programa funcional e de construção do novo Hospital de Proximidade de Lamego, vem manifestando publicamente em relação a este novo e ambicionado equipamento.
Em segundo lugar, estas reservas foram agravadas com o atraso na conclusão das obras e na indefinição em relação à abertura do hospital, levantando fundados receios de que a administração do Centro Hospitalar e a Administração Regional de Saúde são incapazes de concluir este processo de forma satisfatória para a população do Douro Sul. Finalmente, porque o Governo, apesar de ter manifestado compreensão por um conjunto de preocupações que lhe foram transmitidas sobre este processo, nada fez até ao momento para clarificar a situação.”
Sobre quais os principais problemas que justificam apreensão, acrescentou:
“Têm que ver com o incumprimento do programa funcional em três aspetos decisivos: serviço de urgência, internamento e cirurgia do ambulatório. O programa funcional prevê uma “urgência básica qualificada”, o que, não correspondendo a um dos conceitos tipificados de urgência, sempre foi entendido como sendo um serviço de urgência básica com apoio de especialidades, nomeadamente de medicina interna. Tudo indica que este especto fundamental do programa funcional não foi (será) cumprido. Em relação ao internamento, foi proposto um serviço de cuidados continuados de convalescença, com funcionamento articulado com o hospital de agudos. Tudo indica que as 30 camas existentes integrarão a rede nacional de cuidados continuados, cujos critérios de referenciação não permitirão que esta unidade seja dedicada à convalescença dos lamecenses referenciados pelo Hospital de Vila Real, podendo estes ser encaminhados para outras unidades e doentes de outras regiões serem colocados em Lamego. Entendemos que estas 30 camas devem ser utilizadas como camas de internamento geral de doentes agudos, beneficiando da existência do serviço de medicina interna para apoio à urgência.
Quanto à cirurgia do ambulatório, que seria a única mais-valia evidente deste projeto, continua-se sem saber se será destinada a toda a área de abrangência do centro hospitalar e com que serviços vai funcionar, pois a administração encerrou inúmeros serviços do atual hospital e não consta que tenha feito os recrutamentos necessários para dotar o serviço de cirurgia com os meios humanos necessários ao seu funcionamento.
Por último, é de referir que o edifício construído é um “monstro administrativo”. Tem um piso inteiro dedicado à administração, que como se sabe está localizada em Vila Real, sede do Centro Hospitalar, tem espaço para laboratórios dignos de um hospital central ou talvez de um hospital universitário, tem espaços excelentes para o todo o tipo de serviços, os quais, infelizmente, têm vindo a ser encerrados no atual hospital, não se sabendo quem vai ocupar estes espaços com áreas generosas e construção de qualidade que ascendeu a 42 milhões de euros. “
Francisco Lopes rematou: “Como Presidente da Câmara Municipal de Lamego dei ao sr. ministro Correia de Campos o beneficio da dúvida quanto à adequação do programa funcional às reais necessidades das populações. Parece que fui enganado. Aguardo do atual Governo a clarificação da sua posição em relação a este assunto, o que espero possa acontecer numa audiência que já tenho marcada com o sr. secretário de Estado adjunto do Ministro da Saúde, esperando que o processo de transição para o novo Hospital seja célere e os serviços disponibilizados aos cidadãos possam corresponder às suas necessidades.”
Ouvimos de seguida Hélder Amaral:
“Quando se inaugurar o Hospital corremos o risco de ter um edifício que custou milhões de euros aos contribuintes, um edifício bonito mas que não tem conteúdo”, afirma o deputado do CDS/PP Hélder Amaral que esta semana interpelou o ministro da Saúde a propósito desta unidade hospitalar de Lamego.
Os deputados do CDS/PP interpelaram o Ministro da Saúde acerca do novo Hospital de Lamego? Porquê?
 Há muito tempo que acompanhamos de perto o processo do Hospital de Lamego: em 17 de Novembro de 2010 perguntei ao Ministro da Saúde do Governo do PS, a propósito do encerramento de mais uma valência dirigi ao Governo da altura a seguinte pergunta: Quais os motivos que levaram ao encerramento do Serviço de Urgência de Pediatria do Hospital de Lamego? Para além deste problema por resolver, pretendia na altura e pretendo agora, saber para quando está prevista a inauguração do novo hospital, e com que valências irá funcionar. Para o CDS, o que interessa é que o serviço de saúde prestado à população do norte do distrito tenha qualidade e proximidade. A decisão de construção data de 2005, e quero acreditar que os pressupostos foram a carência de serviços de saúde na região do Douro Sul, e não outras. Como entendemos que os serviços de saúde e o acesso aos mesmos se tem deteriorado na região, achamos que o modelo que costa do despacho 6157/2006 (criação de um Hospital de Proximidade) continua válido e necessário. É fundamental oferecer a esta população de cerca de 80.000 utentes um serviço como o nome indica: de proximidade e diferenciados. Ou seja, com um leque de valências que inclua um serviço de urgência básico, consultas externas, meios complementares de diagnósticos, e cirurgia em ambulatório – que parece ser a grande aposta deste Hospital, com a qual estamos de acordo mas que deve ter um mínimo de camas para que se alguma cirurgia não corra como o previsto ou por qualquer motivo seja necessário o internamento do doente este tenha por perto os seus médicos e, muito importante, os seus familiares. Relembro que a região não tem transportes públicos para Vila Real, é uma região muito dispersa, com geografia e clima muito difíceis, para além das condições económicas, que nesta região não são melhores que as registadas no resto do País.

Questionaram-no sobre o modelo e as valências. Tal não está já claro?
 Devia estar claríssimo, mas suscita dúvidas. O modelo de Hospital de Proximidade é um modelo que se aceita e que se enquadra na necessidade de equilíbrio e sustentabilidade das contas públicas. Por isso é diferente do projeto inicial. Para nós, a população do Douro Sul merece a solidariedade do País para que este investimento aqui se faça. Se assim não for, então que alguém o diga claramente – o Sr. Ministro ou o Conselho de Administração. Tal como em Novembro de 2010, chegou ao nosso conhecimento que estão a encerrar valências, e que serão deslocados para Vila Real meios técnicos e humanos. Por isso reiteramos a pergunta, para saber se – e quando – for inaugurado o Hospital, que valências ainda sobram no Hospital de Lamego e que serviços são efetivamente prestados. Acho muito estranho que uma Administração do Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro não organize os serviços potenciando todos os meios que tem na região, mantendo o melhor serviço e a proximidade numa lógica sistémica. Ou seja, se uma patologia puder ser tratada em Lamego (na relação qualidade/custo), porque razão o doente é obrigado a deslocar-se a Vila Real, onerando o Estado em transportes, onerando o orçamento familiar em deslocações, com desconforto para o doente em muitos casos, isolando-o e aumentando o seu sofrimento? Salvo melhor explicação, julgo estar perante uma tentativa de esvaziar Lamego para fortalecer Vila Real, o que me parece um duplo erro, porque perde Lamego e o Alto Douro e perde Vila Real – pois a informação que tenho é que a sobrelotação do hospital de Vila Real leva a um pior serviço prestado à população. Assim sendo, esta Administração não gere no interesse do Serviço Nacional de Saúde nem em nome dos que verdadeiramente interessam, os doentes; gere com critério político e, sendo assim, teremos que tratar o problema de forma politica.
Ainda perguntam se está garantido o acesso da população utilizadora aos cuidados de saúde com celeridade, racionalidade, qualidade e excelência. Têm dúvidas?
 Se nada for feito, e se o esvaziamento de serviços, como tem acontecido até aqui e que nos é denunciado por profissionais e utentes, significa que quando se inaugurar o Hospital corremos o risco de ter um edifício que custou milhões de euros aos contribuintes, um edifício bonito mas que não tem conteúdo, para além de constituir mais um mau exemplo de gestão da coisa pública, tem um lado muito mais grave, que é retirar à população de Lamego o direito a cuidados de saúde mínimos o mais próximo possível. Há relatos de utentes que, por falta de serviço de proximidade, com a falta de transportes ou meios financeiros para custear a deslocação a Vila Real, pura e simplesmente não se tratam. O CDS não pode e não vai aceitar esta situação. O PS sempre reivindicou ser o defensor do estado social e do SNS, mas foi um governo do PS que fechou a Maternidade de Lamego e a Urgência de Pediatria, e é uma Administração ligada ao PS que continua essa lógica de esvaziamento. A região tem muitas carências e tem também muitas potencialidades: faz parte do património mundial, sempre teve grande potencial agrícola e começa finalmente a confirmar o seu potencial turístico, fruto do grande esforço de investimento na área do turismo local e estrangeiro, público e privado, pelo que não se pode regredir nos serviços de saúde prestados a esta região.
Como explica os sucessivos adiamentos da abertura ao público desta unidade?
 Não consigo explicar. É evidente que gostaria de ver o Hospital a prestar serviços de saúde o mais depressa possível, até para justificar o investimento feito. Quero acreditar que a sua inauguração será para breve, mas o que preocupa não é tanto quando abre, mas como.
A população diz que “não é um hospital a sério”; “é grande em área e pequenos nos serviços que presta”; “é um hospital de dia, sem internamento”. Como comenta estas apreciações?
 Esse é o sentimento que queremos combater. Queremos um hospital a sério, dentro do que está contratado, que preste serviços de qualidade à população e que, ao mesmo tempo, melhore a oferta nacional do SNS, como acontece com a previsão de 30 camas para a Rede Nacional de Cuidados Integrados, mas que não deve ficar por aqui. É justa a pretensão da população e dos profissionais de dotar o hospital de meios de tratamento de doentes agudos (não sei com quantas camas, essa é matéria para técnicos), mas como referi o custo beneficio não parece ficar em causa, nem tão pouco me parece ser incompatível a existência de um mínimo de camas para alguém que necessite de ser internado num Hospital essencialmente de ambulatório. Se assim for, cumpre-se a proximidade dos serviços, e estou convencido que os casos que não possam ser tratados neste hospital podem ser encaminhados para onde o serviço é prestado com mais eficiência e eficácia. Não se pode ter todas as valências perto da porta, mas importa ter o mínimo, evitando que fiquem defraudados os utentes e os profissionais, que têm sido de uma entrega e profissionalismo que gostaria de assinalar. É verdade que para uma região e um país com tantas dificuldades, é preciso ser muito rigoroso nos gastos do dinheiro dos contribuintes. Para nós, o Hospital de Lamego há muito que faz falta ao SNS: está construído, tem o seu modelo definido, deve ser adaptado à realidade técnica e económica dos dias de hoje, deve ter em conta as condições específicas da região e da população que serve, e é nestes que se deve pensar, e não em interesses particulares ou partidários.
Para o fim deixámos Carlos Vaz, indefectível defensor deste modelo que começou por afirmar: “As camas não tratam doentes; quem trata doentes são os profissionais!”, acrescentando, “É tudo feito para defesa do doente, não é para poupar dinheiro.”
Carlos Vaz, administrador de carreira, formou-se em Direito, em Coimbra, tiroui Administração Hospitalar em Lisboa e foi para EUA tirar o curso de Engenharia Industrial. Em 88 foi convidado por Leonor Beleza para presidir ao hospital de Mirandela. Desde então e como operacional que é, tem presidido a conselhos de administração.
Não é então um administrador de momento, nomeado ao sabor das políticas que estão a dar?
Há 25 anos consecutivos que desempenho essas funções, independentemente dos governos.
Neste momento é o centro das atenções de todo o processo referente ao novo Hospital de Lamego…
Há 40 anos que havia promessas para construir um hospital novo em Lamego. Foi sempre adiado por razões várias. No governo em que foi ministro da Saúde Correia de Campos, ele entendeu que se devia concretizar esse projecto, mas não com um hospital convencional, sim um hospital inovador, do melhor que se faz no mundo, um hospital de dia e de proximidade, como nos EUA e na Europa onde já vão na 3ª e 4 ª gerações
Para o público em geral, o que é o conceito de ambulatório e de proximidade?
É um hospital de alta resolução onde o doente, em vez de estar à espera quinze dias para uma intervenção cirúrgica ou uma consulta, vê tudo agilizado sem ter que andar com consultas várias. O doente chega, faz a consulta e os exames, é-lhe marcada a intervenção para o outro dia. Chama-se “day surgery”. A cirurgia de ambulatório não é para uma unha encravada ou pequenas cirurgias feitas em consultório, é também para intervenções cirúrgicas “major”, grandes intervenções. Grande parte das intervenções cirúrgicas fazem-se no mesmo dia e o doente vai para casa. As grandes vantagens para o doente é estar 24 horas no hospital e poder ir para casa. Isto é possível em todo o mundo e em Portugal também o é. O novo hospital de Lamego será um hospital de ponta. Tem 14 especialidades, três vezes mais do que o que tem hoje. Tem 3 blocos de alta resolução para poder fazer muitas operações. É preciso ter equipas preparadas e quem faz essa cirurgia são sempre os melhores profissionais, até para evitar recidivas e outros problemas. O doente é operado e vai para casa. Nós temos já equipas de visita domiciliária. A equipa vai vê-lo a casa e se for necessário vem ao hospital de dia para lhe fazer os tratamentos. As grandes vantagens são, por exemplo evitar infecções nosocomiais, as chamadas infecções hospitalares, para que toda a gente perceba, instaladas nos hospitais e de difícil combate. Os estudos apontam que quando ficamos mais de 72 horas no internamento, mais frágeis e com a imunidade reduzida, todos os vírus e bactérias se instalam mais depressa. O que é isso dá? Popularmente falando, não morre da doença, morre da cura. Os estudos estão feitos e dizem que essas infecções se começam a instalar nos doentes após as 72 horas. O que foi estudado em todo o mundo foi evitar que os doentes estivessem em internamento. Um dos princípios defendidos no mundo civilizado é que as camas não tratam doentes, quem trata doentes são os profissionais.
Não há então um pressuposto de poupança de dinheiro?
De maneira nenhuma! Taxativamente! Um hospital de ambulatório produz muitíssimo mais. Ao produzir muito mais acode a mais população. Ao acudir a mais população, estamos a resolver os problemas dessa população. Os doentes agudos exigem um serviço diferente que nós queremos prestar. Para isso têm que estar os equipamentos de ponta, que são caríssimos, e as equipas altamente diferenciadas, que são muito caras, têm que estar num sítio só e como as franjas fora da cirurgia de ambulatório são muito poucas, devem ser concentradas. Para melhoria dos doentes agudos é muito melhor virem para uma unidade que tenha hemodinâmica, cuidados intensivos, equipas altamente preparadas, diferenciadas e multidisciplinares porque nos salvam. Ficarmos num hospital pequeno, com bons profissionais e boa vontade não quer dizer que nos salvem. Antigamente morria muita gente com enfartes de miocárdio. Hoje se um doente entrar numa unidade que tenha cuidados intensivos e hemodinâmica nas primeiras 3 horas quase se pode garantir que 99% dos doentes se salvam e ficam com qualidade de vida.
Então e pelas suas palavras, estamos perante uma mais-valia inequívoca para Lamego?
Fantástica! Estamos perante o primeiro hospital de ambulatório e era isso que eu gostava que a população entendesse que não estamos a experimentar. Os EUA vão já na 5ª geração de hospitais de ambulatório. Aprendemos com os erros que eles cometeram. O nosso já irá ser de ponta em toda a orgânica e em toda a funcionalidade e pode ter a certeza absoluta que será o futuro dos hospitais em Portugal, pela simples razão que já o é em todos em todos os países: na Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suécia, na Espanha e em Portugal é o primeiro hospital de raiz de ambulatório.
Como justifica então a polémica crescente em torno desta questão?
Lamento que eventualmente haja alguns aproveitamentos políticos da Saúde para outros fins…
 Quais fins?
Para fins eleitorais e seguramente outros. Porque todos, desde o senhor presidente da câmara aos deputados de todos os partidos, indiscriminadamente sabem, desde quando foi lançado o hospital pelo ministério da Saúde aquilo que ele ia ter. O ministério teve o cuidado de distribuir na região milhares de panfletos a explicar o que seria o hospital. Eu, como técnico, acho que é uma mais-valia enorme para aquelas populações.
 Então não há motivo para as pessoas andarem assustadas com o modelo novo? E falta de informação?
Se calhar o modelo não foi ainda interiorizado… Foram distribuídos milhares de panfletos. Se for necessário explicar mais uma vez eu estou plenamente disponível para o fazer e onde quer que seja.
Está então disponível para explicar à população de Lamego tudo o que está subjacente a este modelo hospitalar?
100% disponível, apesar dessa explicação já ter sido dada múltiplas vezes.
Há uma diferença entre ambulatório e agudos que me referiu estar acautelado. Mas há outro problema: o da distância… Temos 35 quilómetros de distância entre Lamego e Vila Real e e alguma falta de transportes…
Não podemos ter um hospital em cada quintal. Isso é impensável… Há aqui, também, algum equívoco, porque desde 2010 que todos os doentes de agudos de Lamego já vêm para Vila Real.
Então porque é neste momento o momento para esta explosão da polémica e de críticas?
Pois…O senhor como jornalista dir-mo-á porque eu não o entendo. Enquanto técnico e cidadão, pela simples razão de que em 2010… O hospital de Lamego, desde sempre e por lei, sempre foi um hospital de urgência básica e toda a cirurgia feita foi sempre programada. Antes de 2010 havia urgência cirúrgica mas dada a casuística e a produção que era tão baixa à data, o governo em 2010 decidiu encerrar a urgência médico-cirúrgica em Lamego, antes estava devido às difíceis acessibilidades, com a construção da A 24 a proximidade aumentou e com excelentes condições e em menos de 30 minutos as pessoas poêm-se aqui na urgência polivalente com todas as condições técnicas e é muitíssimo melhor para a população.
Há críticas pelos sucessivos adiamentos da abertura, que e salvo erro já foram 4 ou 5…
Os atrasos da obra não dependeram do hospital, não dependeram sequer de financiamento. Conseguimos que o financiamento fosse através de fundos estruturais em 80%. O financiamento esteve sempre garantido.
Se bem sei, o QREN financiou 29 dos 42 milhões…
Exacto. A obra teve atrasos porque houve problemas financeiros de uma das empresas do consórcio.
Está a falar da Edifer?
Estou a falar da Edifer. Entretanto foi comprada e está a dar continuidade à obra.
Tem uma data prevista para a abertura?
Tenho. Será no fim deste ano. O que falta neste momento na obra são as pequenas partes técnicas que são feitas por subempreiteiros.
Diga-me uma coisa da forma mais peremptória possível: em Dezembro de 2012 Lamego tem o seu Hospital?
Terá o seu hospital se o Ministério decidir abri-lo, porque nessa altura estará pronto e com todas as equipas e condições para abrir o hospital.
Uma última questão: segunda alguma informação posta a funcionar a taxa de ocupação do Hospital de Lamego é já de 108% e a taxa de ocupação do Hospital de Vila Real é de 112%…
Nem uma nem outra são verdadeiras. Aqui em Vila Real não chega sequer aos 80%, global e a de Lamego é a mesma coisa… As camas não tratam doentes, quem trata os doentes são os profissionais!
(Fonte: Jornal do Centro)

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