No
próximo dia 12 de novembro, pelas 18h00, é apresentado no Instituto dos
Vinhos do Douro e do Porto, na cidade do Porto, o livro Descripção do Terreno em roda da cidade de Lamego duas léguas, os
vinhos “Pé Posto” e o “Prémio Manuel Coutinho”. Esta é mais uma
iniciativa de valorização dos Vales do Douro e Varosa, depois da
cerimónia de apresentação pública, no passado dia 3 de Outubro, no Museu
de Lamego.
A
iniciativa, desenvolvida numa parceria entre a Quinta de Mosteirô e a
Direção Regional da Cultura do Norte, parte da ideia de que “Do vinho se
faz História” e que “Da História se faz vinho”. Efetivamente,
a ideia deste projeto tripartido, aparentemente tão distinto, mas que
se complementa, parte da descrição que Rui Fernandes, há cerca de 500
anos, legou num manuscrito considerado hoje um documento maior para a
história do Douro vinícola. Já entre 1531-1532, o autor referia a Quinta
de Mosteirô, uma das primeiras granjas do Mosteiro de S. João de
Tarouca, elogiando os seus maravilhosos vinhos «de pé» ou «cheirozos», sendo à época “Pé Posto” a expressão corrente para os vinhos de qualidade.
O vinho
“Pé Posto” pretende ser assim uma homenagem a Cister e à Quinta de
Mosteirô, ao mesmo tempo que recupera algumas das castas autóctones que
já então «se carregão pello Douro em barcas para o Porto» e que «vão por terra para muitos senhores, e para a corte de Castella, e assim alguns para a corte de Portugal» e também «dalli vão de carregação» para todo o mundo.
Tratando-se
de um vinho histórico, baseado num manuscrito da maior importância para
o conhecimento da região do Douro antes da reforma pombalina, e um dos
mais importantes para o conhecimento do Portugal de quinhentos, a obra
de Rui Fernandes foi reeditada e atualizada da edição de 2001 feita pela
Associação Beira-Douro, pela mão do Doutor Amândio Barros.
Finalmente,
e com o intuito de incentivar a realização de trabalhos académicos na
área de História, Arqueologia e Património relacionados com a Região de
Trás-os-Montes e Alto Douro, a Quinta de Mosteiro criou o “Prémio Manuel
Coutinho”. Com edição anual, o prémio visa também homenagear o homem
que foi o Eng. Manuel Coutinho, com um percurso e vida dedicados à
região do Douro, cujo desaparecimento precoce não apagou o papel
fundamental que desempenhou no arranque deste projeto global.
Este é
portanto um projeto de assumida valorização do Douro e Varosa que, em
última análise, pretende fortalecer a ligação histórica entre as duas
regiões e a importância do papel dos mosteiros cistercienses do Varosa
no desenvolvimento vinícola do Douro.
(Fonte: Vale do Varosa)
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