A sala de Grão Vasco, no Museu de Lamego, encheu este sábado, dia 27 de outubro, para ouvir o quarteto de guitarras “Jacarandá”.
O cenário
do Renascimento, composto pelas cinco tábuas remanescentes de um
conjunto de vinte que Vasco Fernandes executou entre 1506 e 1511 para a
catedral, serviu de mote para o início do concerto que arrancou com um
repertório também ele renascentista.
Dedilhadas
a 8 mãos, quatro guitarras do Renascimento fizeram soar “Mille Regretz”
de Josquin Des Prés (1450?-1521), “Virgen bendita sin par”, de Pedro de
Escobar (1465?-1535?), “Con amores, la mi madre”, de Juan de Antxieta
(1462-1523) e “La bomba”, de Mateu Fletxa el Vell (1481-1553).
Depois
desta extraordinária e aplaudida incursão pelos séculos XV e XVI, o
quarteto trocou a guitarra renascentista pela moderna e brindou os
presentes com momentos de igual beleza artística e musical, com
repertório do século XX: “Paisage cubano com lluvia”, de Leo Brouwer
(1939), “Hasta Alicia baila”, de Eduardo Martín (1956), “Trayectoria”,
de Eduardo Fernández (1952) e “Swinging in Hawai”, de Jo Portalier
(1950).
O bom
humor foi uma marca sempre presente neste concerto, através das
intervenções de um dos músicos, que foi interagindo com o público, num
espetáculo onde até uma garrafa de cerveja fez soar as cordas de uma das
guitarras.
Os
aplausos ouviram-se durante cerca de uma hora, dando assim resposta à
promessa do grupo de músicos que, de acordo com o texto de apresentação,
se alimenta de músicas antigas e modernas para oferecer o perfume
sonoro com sabor renovado e versões coloridas.
E foram
estes mesmos aplausos, que demonstram a boa crítica da audiência, que
fez o quarteto regressar para, de novo a 8 mãos, com Grão Vasco a
“observar” de perto, brindar os presentes com mais duas músicas.
Dando
resposta ao repto do festival “8 mãos, monumentos com música dentro”,
este foi um dos concertos em que a aliança entre a música e a excelência
do património estiveram garantidos.
O evento,
que contou com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, foi o
penúltimo do Festival que, durante cerca de dois meses, percorreu locais
muito distintos do Alto Douro e Trás-os-Montes, mas que partilham entre
si a riqueza do património.
(Fonte: Vale do Varosa)
Sem comentários:
Enviar um comentário